domingo, 8 de fevereiro de 2009

Hong Kong

Finalmente posso relatar o nosso passeio a Hong Kong, num dos primeiros fins de semana que chegámos a Macau.

Fomos de manhã cedo para aproveitar o dia, porque não tínhamos a certeza de conseguir alojamento por causa do ano novo Chinês (o que acabou por acontecer). Apanhámos o barco, que é um catamarã que atravessa uma distância imensa em cerca de uma hora e desembarcámos em Hong Kong.

A primeira impressão é de que saímos de uma aldeia para uma cidade a sério. Há metro e eléctricos, o que em Macau não existe (temos de andar nos autocarros apinhados de gente ou de táxi). As pessoas falam inglês, e a influência ocidental é muito mais evidente.

Depois de discutirmos o que é que iríamos visitar, concordámos em ir ver um templo no meio da cidade. Como era ano novo chinês, o templo estava cheio de gente a prestar homenagem (aos deuses?? aos antepassados??) acendendo incensos com os quais desfilam pelo templo, sempre erguidos à altura da cabeça. A quantidade e a forma dos incensos variam, desde aqueles que levam um ou dois pauzinhos, aos que trazem mãos cheias de incenso, que enchem o templo com fumo e que passado um bocado já me estavam a pôr meio mal disposta. Depois param nos santuários e rezam um pouco, encostando o incenso à testa e fazendo várias vénias. No espírito das comemorações lá fomos nós fazer o mesmo. Ainda cometemos um faux pas: baixámos os incensos, ao que veio logo uma senhora muito prestável explicar-nos que tinhamos de andar com aquilo sempre para cima.
Além do incenso, fazem oferendas de comida, que constituem autênticos banquetes à porta do templo. Desde laranjas e maçãs, passando por patos e leitões (inteiros ou aos pedaços), tudo serve para alimentar os antepassados e deixá-los bem satisfeitos. Quem aproveita também o festim são os pobres de Hong Kong que fazem uma visita ao templo por motivos muito menos espirituais: pegam num saquinho e toca a enche-lo com o leitão e o pato e tudo o que estiver à mão.

Depois do passeio dos incensos, deixamo-lòs nuns vasos de areia à porta do templo, para que passado algum tempo chegue lá um senhor e mande aquilo tudo para a fogueira. Há que perceber, se não o fizessem ficavam os canteiros cheios daquilo e uma fumarada que ninguém aguentava. Ainda assim parece um bocado falta de respeito pela nossa oferenda, mais as rezas e o passeio que fizémos.

Entretanto subimos ao templo onde existiam umas almofadas inclinadas, onde as pessoas de ajoelhavam com uns copos de bambu cheios de tirinhas de bambu e lá ficavam a abanar aquilo vigorosamente até saltar uma palheta e depois escrevinhavam qualquer coisa nuns cadernos. Nós não estavamos a perceber nada, mas lá veio outra senhora explicar-nos que aquilo era um oráculo e que se fazia uma pergunta (aos deuses?? aos antepassados??) e que abanando o copo saltava uma palheta numerada que correspondia a um poema-professia que deveria ser a nossa resposta. Claro, fomos lá experimentar aquilo. Ainda não fui ver as professias que me calharam, mas aposto que são extremamente pertinentes.

Depois saímos do templo e fomos visitar um jardim também no meio da cidade. O jardim é lindíssimo cheio de bonzais e de lagos recheados de carpas koi enormes. Acho que as fotografias falam por si.

Começou a aproximar-se a noite pelo que não dava tempo para ir ver aquele que é o ponto mais turístico de Hong Kong : o maior buda de bronze sentado do mundo (se estivesse de pé já não contava) no topo de uma colina. Assim, decidimos subir ao Victoria's Peak, para ver a vista lá de cima. Enquanto caminhávamos para o eléctrico que sobe até lá, testemunhamos o programa de fim de semana dos emigrantes filipinos: vêm para a rua, estendem uma toalha e sentam-se naquilo que supostamente é um piquenique urbano mas mais parece um campo de refugiados. Comem, jogam, e conversam a tarde toda ali, no meio do passeio, no meio da cidade. Cada um entretém-se como pode.

O eléctrico para o Vistoria's Peak parece o do corcovado no Rio de Janeiro, mas muito mais inclinado e muito mais rapido. Chegados la acima fomos logo ver a vista que é verdadeiramente impressionante. Como estava quase a anoitecer decidimos esperar pela noite para ver o espectaculo de luzes com que os arranha-céus de Hong Kong presenteiam os céus nocturnos, numa demonstração do potencial de entretenimento da arquitectura e num desperdício de electricidade que só goza literalmente com qualquer questão ambiental. Ainda por cima não é nada de especial.

Ao voltar de lá de cima fomos comer qualquer coisa e seguimos para a zona dos bares onde nos encontrámos com os outros C13 que estão em Hong Kong. A zona nos bares é onde se vê claramente que muita coisa inglesa ficou em Hong Kong: são imensos pubs, cheios de ocidentais, coisa que não se vê praticamente em Macau, e uma animação de rua muito ao estilo do nosso bairro alto.
Perto da uma da manhã apanhámos o barco para Macau exaustos do passeio, mas cheios de planos de regressar para um fim de semana a sério, para aproveitar a noite e ir ver o tal Buda.
As fotos de Hong Kong foram tiradas e cedidas pelo Sérgio, o nosso master fotografo do dia.







2 comentários:

  1. Oh mana Linda!!!!
    Tenho tantas saudades. Sigo atentamente o blog. N deixes de contar as aventuras.
    Bjs mtmtmtmtmmt grandes

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  2. ai Babe Babe... i wish i was there !
    noite chinesa? estragavamos já isso tudo ! aposto que andas a espalhar da melhor forma a magia lusitana ! ahahah

    Luv u my love!

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