sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O shopping

Viver numa casa com mais 6 pessoas tem, entre outros, o inconveniente de nao se ter muito espaço nem nas prateleiras, nem no frigorifico. E por isso tenho de passar a vida no supermercado que ja vai sendo a minha segunda casa. Ora nunca me tinha ocorrido (isto vai parecer terrivelmente burguês) que ir às compras de supermercado sem carro e algo muito complicado: ou nao se compra nada ou entao e uma peregrinação de volta, a balançar sabe-se la quantos sacos e a mandar vir "que um par de maos nao chega".
Estas considerações fazia-as eu nos dias em que nao ia de bicicleta e ia as compras com fome (como se sabe ir as compras com fome e receita para asneira): e bolachas, chocolates, "ah vou fazer aqui um pitéu no forno com queijo-molho-manteiga-molhinho-tudo-o-que-tiver-muita-gordura". Acaba-se com vinte sacos, sem ter onde os levar e muitos dólares mais pobre.


Para evitar tais desgraças comeca-se a ir as compras de calculadora na mao. E nao sou so eu: por todo o supermercado se ve os jovens (claro) a fazer contas a vida, com os telemoveis na mao a espreitar os preços. Se quero maçãs vermelhas mas as verdes estao em saldo, entao esta semana so se come maçãs verdes.... Apetecia-te peru? Olha azar, comes frango que esta em saldo (sim ha saldos na comida). Ja comprei iogurte natural porque estava em desconto (coisa que eu odeio), quilos de kiwis porque estavam em promoção (claro que o resultado foi brilhante) e ate atum fumado porque era mais barato que o normal (havia claramente uma razão para ser mais barato). Depois dos cálculos bem feitos e de alguns sacrificios (se cafe solúvel ja e mau, cafe solúvel da marca própria do supermercado e indescritível), segue-se a tarefa mais complicada: levar as compras para casa. E e ai que o pragmatismo australiano entra em acção: nao tens carro? leva o carrinho ate casa. E e assim que os estudantes-emigrantes Europeus, empobrecido por um pais demasiado prospero se vem no papel de quase sem abrigo: a empurrar o carrinho do supermercado pela rua abaixo, a tentar equilibrar um carrinho que nao foi feito para o outdoor em ruas inclinadas, a tentar contrariar a orientação nunca certa do carrinho. Nao e tarefa fácil. Nao e de todo tarefa para fazer sozinha. Por isso as compras de supermercado tornaram-se a outra coisa que as raparigas na Australia fazem aos pares (alem de ir a casa de banho).


A outra solução que ja equacionei e comprar um daqueles sacos que as velhotas carregam para a mercearia. Quando esse dia chegar, eu aviso.

3 comentários:

  1. Eu acho que os carrinhos de rodas são do melhor que há! Pelo menos em Madrid, todos os supermercados que frequentei, estavam já equipados com aquelas maquinetas onde se põe uma moeda e sai uma corrente (como as bicicletas), para guardar o nosso carrinho que nos espera no fim das compras. E toda a gente usa, velhos e novos! Acaba-se os milhares de sacos e as dores nas costas. Só tenho pena que cá em Portugal, não encontre dessas instalações!

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  2. oh babe como te entendo... já estive mais longe de comprar o carrinho das velhotas. compramos ao mesmo tempo? é mais uma coisa feita aos pares e lançamos a moda! ahah

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