quarta-feira, 25 de março de 2009

Por estes dias

Por estes dias o tempo em Macau tem andado meio louco: uns dias faz um calor insuportável, que aliado à húmidade intensa torna qualquer aventura de passeio um desafio herculiano. A roupa cola-se ao corpo e sentimos a pele peganhenta como se estivessemos a correr dentro de uma sauna. E ainda não começou o Verão! (Começo a temer as viagens de autocarro logo de manhã). Outros dias faz frio, nos outros chove. O sol vê-se pouco, está quase sempre nublado.

Por isso mesmo, há poucos restaurantes com esplanada. Na noite dos anos da Joana (uma das minhas flatmates) fomos a um restaurante que é o cais 22 que tem esplanada. Restaurante é elogio, porque aquilo era na verdade um tasco que em qualquer parte do mundo uma qualquer ASAE fecharia sem sequer dar dois passos para lá da porta. Como estava uma ventania enorme nessa noite acabámos por não ir para a esplanada, o que eu agradeci porque ao que parece vagueiam por lá ratos e baratas com um à vontade desconcertante. A comida é boa, e se ignorarmos a cozinha, as toalhas de saco de plástico e os tanques com os animais vivos lá fora, o jantar torna-se bastante agradável.
Como boas amigas que somos eu e a Inês, após muito pensar, decidimos oferecer à Joana um bilhete para o Jonh Legend que vem cá em Abril ao hotel Venetian. Os bilhetes foram caríssimos, e comprámos um para cada. Quando chegamos a casa, ia eu pôr o bilhete da Joana num envelope amoroso com um postal custom made quando reparo na data do concerto: 10-04. Ora dia 9-04 marcámos nós viagem para Yangshuo. Ainda assim, contei umas dez vezes os meses, voltei a contar, e sem pinga se sangue contei o sucedido à Inês. Na mesma noite vendi um dos bilhetes, e os outros dois também já os vendi. Deve ter sido por ser sexta-feira 13.

Nessa noite ainda fomos ao MGM e sem coragem para repetir o percurso cubic-D2 -macdonald's ao pé de casa, fui dormir.
Nestes últimos fins de semana tenho aproveitado para explorar Macau e conhecer aquilo que o meu guia da China diz ser o must see em de cá. Depois faço um post com essas atracções para aliciar os potenciais visitantes de Macau.
Durante a semana temos trabalhado quase sempre até tarde e por isso não dá para explorar quase nada. O consulado é um antigo hospital, que após a passagem de Macau para o governo Chinês foi reclamado pelo governo português e passou a ser o consulado. Ora os chineses acreditam que por ter sido um hospital o edifício está assombrado com os espíritos daqueles que aqui morreram. Por isso mesmo, não entram nem saem pela porta principal, a porta dupla, porque dizem que é a porta dos mortos. Da mesma forma, é com muita relutância que vão aos arquivos, porque fica na antiga morgue. Eu e Inês damo-nos bem com os espíritos; saímos do consulado sempre à noite, com o edifício deserto e eles nunca nos chatearam. Mas claro, qualquer anomalia que aqui suceda é culpa dos espíritos: desde uma lâmpada que pisca, a um senhor que aqui trabalhava e aparentemente se suicidou. A nossa colega macaense, a Fátima, contou-nos isto com uns olhares cheios de significado, como se nós também já tivessemos topado que os espíritos estão numa de fazer o pessoal todo saltar das janelas.


O cais 22 - o de ruivo é o Zé Maria com a peruca da Joana

A Inês cheia de medo dos espíritos




1 comentário:

  1. Cates Mary,
    realmente só na China! Trabalhas num sítio assombrado estou a ver... Só filmes!

    Beijos e estou a morrer sem ti :p
    Joana Baptista

    ResponderEliminar