quinta-feira, 18 de junho de 2009

Karaoke night

Fomos experimentar outro dos hábitos chineses: fomos a um Karaoke ou KTV. Não é tanto o karaoke que é culturalmente estranho (as vendas do sing star para a playstation bem mostram que todos nós achamos que noutra vida fomos as britneys deste mundo) mas sim o facto de a noite para eles ser só mesmo aquilo - depois do karaoke é xixi cama.

Nós fomos ao Karaoke porque uma amiga nossa ia mudar de trabalho e por isso os colegas fizeram-lhe uma festa de despedida no karaoke. Por isso nós juntámo-nos à festa. Por isso tivémos a oportunidade de partilhar os nossos dotes artísticos com um grupo de Chineses super animados, muito diferentes da imagem que tinhamos deles.

Foi cantoria, foram jogos de dados, foram muitas músicas chinesas de teor altamente romântico-depressivo num estilo que nos pareceu "eu já ouvi isto em qualquer lado". Lá pelo meio aparecia uma Mariah Carrey, um YMCA e outras músicas que nos deram a nós uma hipótese de brilhar. Claro que os chineses não ficaram nada impressionados e eventualmente a proporção músicas chinesas/ocidentais tendeu naturalmente para o lado deles, e ainda bem (embora alguns de nós tenhamos tentado cantar músicas chinesas).


Ficámos fãs e havemos de lá voltar!





Keep me up to date

Confesso que não sei os líderes dos partidos em Portugal, consigo enumerar um ou dois ministros e já perdi o fio a meada nos casos Freeport e Casa Pia. Mas a grande vantagem de viver num sítio pequeno como Macau é que não existem muitas notícias da actualidade. Todos os dias folheio os vários jornais que temos na cafetaria do consulado e as notícias são invariavelmente as mesmas (a gripe, as candidaturas ao executivo, as receitas de jogo, a crise). Aposto que na China a coisa é um bocadinho mais animada, até porque o caderno de economia do South China Morning post é bem mais gordinho que os jornais aqui de Macau. Mas, mesmo assim, as notícias políticas são controladas pelo partido, pelo que as que saem acabam por ser mais ou menos inócuas. Salve-se as notícias internacionais (as que não forem censuradas).


A coisa é tão má que até eu já saí no jornal.


Nunca me senti tão actualizada. Até já posso fazer um brilharete a discutir política Macaense numa mesa de café.

The joys of camping

Estar sempre rodeada de comodismos, dos confortos que séculos de invenções geniais nos trouxeram não é para nós. Não.... nós lá em casa gostamos é das coisas mais terra-a-terra, de uma vida simples e pura. Como nos acampamentos.

Electricidade? Quem é que precisa disso? E gás? Ainda menos.

Desta última vez foi a àgua que ameaçou acabar. Mas para nosso infortúnio foi apenas uma ameaça porque a perspectiva de tomar banho de garrafão estava a parecer-nos espectacular.

A verdade? Esquecemo-nos de pagar as contas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

And then they were gone....

Esta coisa de se receber visitas é muito giro até ao dia em que eles se vão embora e temos nós de ficar outra vez sozinhas rodeadas de chineses badalhocos. Por mais 2 meses.

Depois da chegada de Pequim, na terça feira de tarde a família foi passear por Macau, para consegui pôr um "check!" em tudo o que lhes faltava ver: o templo de A-Ma e o farol da Guia. As opiniões foram unânimes de que depois de Pequim tudo isto parece pequeno e provinciano. Nesse dia almoçámos nos noodles no Hotel Grand Lisboa, onde existe um balcão envidraçado onde os senhores cozinheiros fazem os noodles (mais ou menos como na telepizza mas com Chineses e noodles). É um espectáculo impressionante não só destreza com que fazem os noodles mas também porque um deles coloca a massa na cabeça (com o chapéu a proteger está claro) e com duas lâminas que parecem machados mas sem o cabo, vai cortando pedaços fininhos da massa que caem para a panela. A cozinha chinesa no (quase) auge da estranheza. Além disso, o restaurante tem ainda um senhor que serve o chá num bule com com um bico que mede tranquilamente uns 60 cm e faz malabarismos com o bule só para nos impressionar e entreter.

Depois da passeata eles foram a Zhuhai, porque em Pequim ainda não tinham comprado imitações suficientes. Mais uns ténis para o Miguel, outros para mim e mais uns para a Maria.

No dia seguinte, por ser dia de Portugal tive o dia livre e por isso pude ir passear com eles. Fomos tomar o pequeno almoço à Taipa, num café que se tornou rapidamente o meu preferido e onde já sou habitué aos sabados de manhã (porque tem uns danish de chocolate de sonho, um café razoavel, e dá para ficar sentada a ler um livro sem que ninguém nos chateie). Depois disso passeámos na vila da Taipa onde apanhámos a dança do dragão, com a sua musiquinha repetitiva e nada melodiosa e o ocasional rebentamento de panchões que a eles lhes pareceu um atentado à bomba. Passeámos nas casas-museu, onde estava a haver uma exposição de arranjos de flores e seguimos para o Venetian.

Como não podia deixar de ser o Miguel desatou logo a comprar tudo o que lhe aparecia à frente (não sei como não foi parado na alfândega em Lisboa com a quantidade de ténis que levou), a Maria e a Marta também fizeram as suas comprinhas, demos um passeio para verem o disparate que é o Venetian e fomos almoçar à praia de Coloanne, Cheoc Van, onde tem uma piscina pública e uma esplanada de um restaurante italiano. Ainda tentámos almoçar cá fora mas a minha fraca resistência ao calor e a inveja que pessoas na piscina me estavam a fazer fizeram com que tivessemos de almoçar lá dentro com o ar condicionado a -10.

Como nesse dia havia a recepção na casa do cônsul seguimos para Macau, fomos buscar umas fotos que tínhamos posto a revelar (entre elas as fotos da minha lomo) e seguimos para casa, aprontar-nos para a festarola.

A recepção na casa do cônsul foi engraçada, quando chegámos já estava a meio gás porque ao que parece depois do discurso foge tudo, claramente pelo calor que se faz sentir mesmo à noite, que faz o manter o casaco vestido um desafio para os homens. Jantámos por lá, entre croquetes, mini-empadas e queijo da serra e depois fomos ao rootfot, um bar num telhado ao pé das ruínas de São Paulo. Do rooftop seguimos para o Bellini e a sua maravilhosa ladies night que até nem foi má de todo porque a nova banda é boa e estavamos todos com o espírito.

Perto das 2 da manhã fomos para casa para eles acabarem de fazer as malas, depois de terem percebido que teriam de apanhar o barco das 4 da manhã. E assim me despedi da família, entre bocejos e as saudades que comecei logo a sentir.

(quanto ao inferno que deve ser sido a viagem e a espera de 12 horas em Helsínquia têm de falar com eles, embora saiba que andaram a dormir pelos cantos e até nas escadas de uma Igreja...)




A marta a fugir do dragão

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Beijing

(foto tirada com a minha nova lomo - guardas na praça de Tiananmen)

A chatice de fazer estes passeios meio a correr é que no fim temos a impressão de que vimos meia dúzia de coisas e para recordar tudo temos de recorrer a fotografias e ao relato no diário de viagem (eventualmente tive de fazer um para escrever estes posts). Sobram sempre (dos passeios) um ou outro momento engraçado e umas piadas private.

Partimos numa quinta-feira e chegámos à noite o que apenas deu tempo para pormos as coisas em casa do Filipe (o C13 que nos recebeu) e irmos logo para um bar num rooftop onde a música oscilou entre anos 80 e um ou outro house. Como a família estava cansada do turismo em Macau e eu das noites sucessivas em que dormi pouco, fomos a seguir para casa.

Day one: Acordámos e não querendo esgotar o stock de cereais do Filipe fomos logo para a cidade proibida na esperança de comer qualquer coisa por lá. Esperanças defraudadas, tivemos de nos contentar com umas bolachas de àgua e sal e àguinha compradas ao pé das bilheteiras numa barraquinha que faria qualquer roulote em Lisboa parecer o Tavares Rico. Entrámos na cidade proibida para só então perceber que iamos fritar ao sol e que não chegaríamos a lado nenhum sem um guia. Por isso, alugámos um daqueles guias com auscultadores (o que fez com que tivesse de ser eu a ouvi-lo o caminho todo e ir a debitar o que o senhor me dizia para uma audiência mais preocupada em tirar fotos giras do que a ouvir-me, isto ao mesmo tempo que eu dava as informações dos monumentos errados porque a Marta só a meio se apercebeu que estava a ver o mapa ao contrário).

A cidade proibida impressionou pelo tamanho que a meio nos fez acelerar o passo e desistir de saber para que é que aqueles pavilhões todos serviam. Além do mais as bolachas de àgua e sal mal deram para encher a cova do dente e estávamos todos a morrer de fome. Ainda assim seguimos logo para Tiananmen (mesmo ao lado), tirámos fotos ao pé do retrato do Mao (aquela foto clássica) e tentámos entrar na praça. Tentámos porque a praça estava fechada devido à comemoração dos 20 anos de Tiananmen e só deixavam entrar quem tivesse passaporte, o que não era o caso (com a excepção da Maria que entrou na praça em missão de fotógrafa, tirou umas quantas fotos e veio-se embora). Mas como estávamos mais preocupados com a fome e vímos que nos 2 km da praça não encontraríamos nada para comer apanhámos um táxi e apontámos para uma morada em chinês cuja tradução em inglês falava em bares (num cartãozinho que o Filipe nos deu e que nos safou várias vezes). Fomos parar ao pé de casa, isto depois de termos andado 30 min de táxi até à cidade proibida. Almoçámos no Mac (teve mesmo de ser) e seguimos para um dos bairros antigos da cidade (um hùtong).

O hùtong a que fomos orientava-se à volta da rua principal, Nanluogoxiang, onde passeámos, fizemos algumas compras, princialmente o Miguel que não podia ver uma loja de t-shirts sem ir logo a correr comprar duas ou três (brincadeirinha.... fomos nós que praticamente o obrigámos). Depois de comprar quinquilharias parámos numa micro-esplanada (só tinha lugar para os 4) e fomos interpelados por um jovem chamado pelo pai para vir falar com os estrangeiros. Demorámos uns minutos a entendermo-nos, menos pelo seu inglês básico do que pelo facto de ele estar totalmente à nora quanto ao porquê de o terem chamado.

Saímos do hùtong e apanhámos um táxi (que em Pequim são baratíssimos, tanto que nem fazíamos contas entre os 4, pagávamos os táxis à vez), e fomos ver os estádios olímpicos. Ainda tivemos de esperar um bom bocado para ver o Water Cube (aquele que parece uma carapaça de uma tartaruga mas às cores) a iluminar-se e ainda esperámos mais um bocado para só depois perceber que ele não ia mesmo mudar de cor. Os estádios situam-se numa praça infinita onde os Pequinenses (será?) andam de patins e passeiam (coisa inédita para mim que sempre que vejo chineses na rua eles protegem-se do sol com tudo o que tiverem à mão mesmo que seja só um envelope).

Depois de tirarmos umas fotos parvas (a fazer de budas e a saltar e a fazer V's e a sorrir à chinês) seguimos para casa e fomos todos juntos (mais os outros C13, e amigos deles) jantar numa tasca que bem tenta rivalizar com o nosso Cais 22 (as mesas estão no meio da rua entre carros estacionados) mas falha redondamente ter pratos em vez de tacinhas que ainda por cima já vêm lavados (no cais temos de os passar por àgua a ferver que vem num tupperware para a mesa).

Um jantar muito baratinho depois (aí ganhou ao cais 22) fomos a um bar de novo um rooftop que estava um bocado vazio e seguimos para a discoteca cargo, momento em que o grupo se dividiu devido a gostos musicais incompatíveis. A discoteca não era de todo má, dançámos um bocado, quase sempre rodeados por chineses e fomos para casa.

Day two: Ainda traumatizados com a fome matinal do dia anterior, decidimos não arriscar e fomos logo tomar o pequeno-almoço no sítio onde tínhamos almoçado, no Starbucks (que juntamente com o Mac são o melhor amigo do turista). Como a chuva que já se fazia sentir ameaçava continuar o resto do dia, fomos ao Yashow Market, uma espécie de Zhuhai comprar aquilo que o Miguel passou a denominar de ANORAK (palavra que já não ouvia desde a 4a classe e que passou a entrar em cada 2 em três das nossas conversas). Anoraks comprados seguimos para o temple of Heaven.

Isto de visitar templos tem sempre a piada de que raramente sabemos a quem é dedicado o templo, porque na China existem mil religiões e derivados (como o culto dos antepassados). Isto só não acontece quando no templo há um buda. No temple of heaven não há budas mas há coisas engraçadas. Tem uma espécie de praça redonda onde não existe mais nada senão uma pedra no meio. Por indicação do guia comprado a 1 euro na porta a Maria foi para cima da pedra falar. Nós na altura não percebemos a piada, mas indo lá para cima e falando ouve-se a própria voz como se estivessemos a falar ao microfone com um sistema surround. Mas o divertimento não acabou por aí. Mais à frente havia um muro que ladeava uns templos que produzia eco de modo a que uma pessoa falando de um lado do muro, quem estivesse do outro lado conseguiria ouvir. Os chinocas são engenhosos. Os antepassados, porque os de hoje em dia não perceberam a ciência da coisa e punham-se aos berros.... até o Miguel mandar calar um deles. À saída do templo vimos os chineses todos no parque a ocupar a sua tarde de sábado a cantar, a jogar a cartas e a jogar peteca (não sei se é assim que se escreve mas é um jogo com uma pena em que se dá toques tipo futebol). Nós fomos jogar com um grupo de velhotes e uma velhota que ficou toda entusiasmada perante talento demonstrado pelo Miguel. A Marta e a Maria saíram-se igualmente bem. Eu? Fiquei-me pela fotografia....

Como tínhamos de marcar a passeata às muralhas fomos a correr ver o Lama Temple (esse sim com muitos budas) que fechava cedo. Mais uma vez a morrer de fome vimos o templo num instante (entre outras coisas o maior buda esculpido numa peça única de madeira - tá visto que há muitos budas no guiness), e fomos comer a um tibetano porque estava ali mesmo à mão. Era tão mau que a Marta disse ouvir o som do micro-ondas a aquecer-nos o almoço.

A seguir fomos para casa, reservamos o passeio e com o Filipe como guia fomos para o Silk Market (outra Zhuhai). Mais uma vez o Miguel provou-se um shoppaholic de primeira categoria e só não ia comprando a barraquinha das imitações de ténis porque não cabiam na mala. Perante tanta coisa tão barata a tentação era grande mas ainda estavamos meio tímidos a comprar num rebate de consciência que fez o Miguel lançar o mote da tarde nas compras: quando em duvida compra. Assim acabámos todos com um par de ténis novos (e o Miguel com dois) entre outras coisas. Voltámos a casa para largar as compras todas e jantámos com o resto do pessoal em Huhai (lê-se rurai), uma espécie de docas à volta de um lago onde os Pequinenses (se não é assim, azar) dançam e jogam peteca. Depois disso foi procissão (porque erámos muito e era longe e eu estava de saltos) até ao hùtong a um bar e fomos para casa.

Day three: Wall day!! Partimos as 11 (depois de um farto pequeno-almoço num sitiozinho que encontrámos) e, depois de uma hora de autocarro em que viemos todos a dormir, chegámos a um sitio cheio de lojas (como seria de esperar) a vender desde fruta seca a miniaturas da muralha. Subimos de cadeirinhas (deixo à imaginação de cada um como é sair de cadeirinhas em movimento sem ser na neve). Passeámos na muralha (sobre isto não há muito a dizer, senão que é brutal, mas o melhor é verem as fotos), cansámo-nos, suámos, tiramos fotos (mais ou menos parvas), comentámos que era tudo muito bonito e depois fomos curtir a descida que era de tobogan. Com medo das invenções chinesas não fomos a abrir o que a julgar pela quantidade de pessoas a avisarem nos para abrandar pelo caminho foi uma decisão sensata. Entrámos de novo no autocarro depois de comer uns crepes numa roulote e fomos para uma consulta de medicina chinesa (daquelas para enganar turistas). Fizeram-nos massagens nos pés, (por uns chineses que não paravam de falar entre eles e que me parecia mesmo que estavam a gozar connosco) puseram-nos os pés de molho em chazinho, ouvimos do doutor que temos isto e aqiulo (fora eu que aparentemente não tinha nada) receitaram-LHES medicamentos caríssimos e alegremente fomos embora depois de outra massagem nos ombros.

Ao fim da tarde fomos a Wangfujing, que é o mercado das coisas esquisitas em Pequim (entenda-se, escaravelhos, escorpiões, cobra e todos aqueles animais que povoam a maior parte dos pesadelos e alguns episódios dos ficheiros secretos). O cheiro é inacreditavelmente insuportável, muitos dos bichos ainda estavam vivos e o nojo que estava a sentir fez me ficar tão mal disposta que nem seria capaz de comer a frutinha que também vendiam lá.

O jantar foi também uma tour a um dos monumentos de pequim: o pato. Fomos comer o afamado pato à pequim num restaurante ao pé de casa do Filipe e confere, é muito bom. A reportagem fotográfica ficou a cabo da Marta que tirou fotos do pato de todos os ângulos possíveis, antes de depois de trinchado. Findo o jantar foi tudo para casa.

Last day: Fomos ver o palácio de verão debaixo de uma chuva incessante. Por isso, quando lá chegámos, além do anorak tivemos de comprar uma daquelas gabardines feitas de saco de plástico, todas elas de cores fantásticas como lilás, amarelo e para o Miguel, verde caixote do lixo, que o fez parecer o assassino do "I know what you did last summer". O palácio de verão é uma construção gigantesca, cheia de pavilhões grandes e pequenos, jardins, mais pavilhões, um corredor enorme (giro para tirar umas fotos) e uns barcos para atravessar para a pequena ilha que tem no meio do lago enorme. Impressiona pela dimensão e pela opulência, chateou pela chuva que estragou as fotos-postal e nos encharcou até aos ossos. Depois foi apanhar um táxi, ir buscar as malas e regressar a Hong Kong e depois a Macau.

A minha parte das fotos: http://picasaweb.google.pt/cata.bandeira/Beijing?authkey=Gv1sRgCJHCzbK68YaihQE#

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bandeira family in the house

Chegaram cansados mas animadíssimos. Chegaram Segunda de manhã e passaram o dia em Hong Kong, a ver o Buda e a comprar pechinchas. Chegaram, e finalmente, que as saudades eram muitas e a vontade de voltar a ver caras conhecidas ainda maior.

Fui buscà-los na segunda à tarde ao ferry e estavam os três de máscara menos pelo medo da gripe do que pela piada. Fomos logo para casa para eles se ambientarem e fomos jantar ao tailandês (numa iniciação calminha calminha às comidas do oriente). Seguimos para o Crown, para fazer de uma assentada a mostra das belezas de Macau. Subimos ao 38º andar e de uma só vez esgotámos a melhor vista de Macau e o sítio mais refinado que aqui existe.

No dia seguinte andaram a passear by themselves e passamos ao segundo nível de comidas chinesas: almoçámos no Dumpling Town, uma tasca de dumplings. Supreendentemente não se deixaram intimidar, provaram e gostaram de tudo e ficaram tão fãs de dumplings como eu (até a Marta, conhecida por ser incrivelmente esquisita no que toca a comidas). O choque cultural contudo, estava iminente e eles não escaparam a ver as cuspidelas no chão, os arrotos e todas essas pérolas da cultura chinesa que coleccionamos como cromos para trocar entre nós. Nessa tarde continuaram a passear e ao fim da tarde fomos todos à torre de Macau ver o pôr do sol e a vista lá de cima. Seguiu-se jantar no Nga Tim, outra tasca, desta vez na Ilha de Coloane. De novo, não se mostraram nada esquisitos e adoraram a comida, a Marta fartou-se de comer uns peixinhos fritos que parecem girinos e que eu nem chego perto. Depois do jantar fomos a um Irish pub e seguimos para casa que o turismo também cansa.

Quarta-feira: eles foram passar o dia a Hong Kong, e voltaram à noite para irmos jantar à tasca que é a pièce de resistence das tascas de macau: o afamado Cais 22. Após uns esgares de nojo perante os sacos de plástico a cobrir as mesas, os potes empilhados junto às paredes e a casa de banho apenas com um buraco, lá conseguiram apreciar a comida e até experimentaram búzios e canivetes do tamanho de um palmo. Aprenderam a jogar dados e a dizer cerveja em cantonês.
Depois fomos ao bellini para eles apreciarem a maravilha que é a noite de Macau. Seguimos para casa porque quinta era dia de partida. Almoçamos no iam cha no hotel Sintra, que mais uma vez conquistou fãs pela mesa toda e fomos para Hong Kong apanhar o avião para passar 4 dias em Pequim. Mas isso fica para o próximo post.



No cais 22
A jogar dados